AGOSTO DOURADO: o mês do alimento de ouro


Agosto Dourado é a campanha de incentivo e proteção ao aleitamento materno. A cor é uma referência ao ouro para demonstrar o alto valor desse alimento indispensável para a saúde dos bebês e das lactantes. Segundo o Ministério da Saúde, a amamentação é fator de redução da mortalidade infantil.


Bebês prematuros ou de baixo peso (menos de 2,5 kg), internados em UTI neonatal e que não podem ser amamentados por suas mães, dependem do leite materno de outras lactantes.


Infelizmente, apenas 45% recebem doações. Para agravar ainda mais o problema, os bancos de leite humano sofreram uma queda de 60% nas doações neste período de pandemia de Covid-19, como acontece também durante as férias escolares, feriados prolongados e finais de ano.


No último Dia Nacional de Doação de Leite Materno, 12 de maio de 2020, o Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, centro de referência da grande São Paulo e o maior do estado, operava com somente 10% do volume ideal (10 litros de leite por mês, o ideal é de 50 a 100 litros), o suficiente para atender a unidade neonatal do hospital por apenas três dias.


No último Dia Nacional de Doação de Leite Materno, 12 de maio de 2020, o Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, centro de referência da grande São Paulo e o maior do estado, operava com somente 10% do volume ideal (10 litros de leite por mês, o ideal é de 50 a 100 litros), o suficiente para atender a unidade neonatal do hospital por apenas três dias.


A fim de sensibilizar outras mães a doarem parte de seu leite materno, GESTORES EM PAUTA traz o relato da associada Natália Farcetta Torres de Albuquerque, gerente de Carteira PF na Agência Vila Diva, em São Paulo/SP (mãe do Gabriel de quatro anos e da Marina, nascida em 30 de junho de 2020), sobre sua experiência como doadora.


O QUE TE SENSIBILIZOU A DOAR LEITE MATERNO?




Antes de a Marina nascer, eu vi uma reportagem na TV sobre uma mãe com Covid19 que deu à luz, mas ficou na UTI sem poder estar com a bebê e amamentá-la. Graças a Deus ela se recuperou, mas confesso que este fato ficou na minha cabeça. Depois disso, pouco antes da Marina nascer, uma amiga comentou comigo que estava doando leite, então pensei: “POR QUE NÃO? VOU DOAR O MEU LEITE TAMBÉM”.


COMO VOCÊ TOMOU CONHECIMENTO DA IMPORTÂNCIA DESSE ATO DE SOLIDARIEDADE?


Assim que decidi doar meu leite, pesquisei na internet como proceder. Logo, achei que teria de contatar o Banco de Leite da minha região e escolhi o Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, centro de referência da grande São Paulo. O processo foi simples: fizeram meu cadastro por telefone, reforçaram os cuidados para retirada do meu leite, no meu caso, faço com uma bomba manual, sendo importante ela estar esterilizada e as mamas lavadas com água antes do processo. Depois, o leite é colocado em um pote de vidro com tampa de plástico e armazenado no freezer. A cada retirada, vou acrescendo o leite até completar 300 ml, a quantidade mínima que eles retiram. Eles buscam o leite em casa semanalmente. Tenho doado de 1 a 2 potes por semana. Eles também fornecem os vidros já esterilizados para o armazenamento.


COMO FOI SUA EXPERIÊNCIA COMO DOADORA? HOUVE ALGUMA DIFICULDADE?


No início, com a Marina recém-nascida mamando em livre demanda, passei por um período de adaptação tanto de amamentá-la quanto de retirar o leite para doação. O mais legal é que as coisas se complementam, pois, retiro o leite excedente, que evita o empedramento do meu seio permitindo equilibrar minha quantidade de leite. Posso dizer que, depois de um mês, este processo já virou hábito e foi incorporado na minha rotina.


QUAL FOI O SENTIMENTO AO DOAR?


Fiquei muito feliz em poder doar meu leite, mesmo não sabendo exatamente quem recebe a doação. Fico imaginando o sentimento de gratidão das pessoas que recebem e a importância à saúde desses bebês.


QUE MENSAGEM VOCÊ DEIXARIA A OUTRAS MÃES LACTANTES QUE TAMBÉM PODEM DOAR LEITE MATERNO?


Se permitam passar por esta experiência. Somos as maiores beneficiadas. A sensação de ajudar o próximo, ainda mais nesta época de pandemia, é indescritível. Li, recentemente, que os bebês prematuros começam a nutrição com apenas um ml de leite, portanto, não é preciso ter grande produção para ser doadora. Qualquer quantidade importa sendo que, quanto mais mães doarem, mais bebês serão beneficiados.


Doações x Covid-19:



A Secretaria de Saúde do estado de São Paulo afirma que a doação de leite humano é segura, pois, o processo de pasteurização inativa o coronavírus e os procedimentos e rotinas no banco de leite estão de acordo com as normas nacionais para prevenir a infecção e propagação da Covid-19.


A fim de evitar a aglomeração de pessoas, os atendimentos para doação são agendados. Há também a opção de coleta domiciliar, por meio da parceria do Hospital Maternidade Leonor Mendes com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - Samu.


Quem pode e como doar


Toda mulher que amamenta é considerada possível doadora de leite humano. Basta estar saudável e não ingerir nenhum medicamento que interfira no processo. Quem quiser doar deve procurar o banco de leite mais próximo.


Consulte a lista: http://www.redeblh.fiocruz.br.


Segundo orientações da Secretaria de Saúde, para doar, é só seguir as normas higiênico-sanitárias de coleta do leite humano, coletar em recipiente de vidro esterilizado, armazenar em congelador por até 15 dias e ligar para o banco mais próximo de sua residência.